Há exatamente um ano atrás estava eu muito indecisa sobre o curso que queria tirar na faculdade. Não prosseguir estudos nunca foi uma opção, mas sei que para alguns é. Se assim for este post não te vai ajudar!

O meu  maior conselho é não segui o cliché "find your passion".

Mas porque não?
Por mais inspiradora e motivadora que a frase pode parecer ela presume que todos estamos aborrecidos e precisamos de encontrar algo que nos tire da cama todos os dias. Até hoje não sei, em específico, qual é o meu sonho e acredito que muitos adolescentes prestes a entrar na universidade também não o sabem - ou achamos ter muitos sonhos ou não conseguimos pensar em um.
No fundo esta frase tão inspiradora presume que todos nascemos com uma missão, mas isso pode não ser a verdade, todos nascemos com uma personalidade e é isso que devemos ter em conta quando escolhemos um curso superior.

O que devo fazer então?
Vou responder a esta pergunta com uma quote do Cal Newport "pick something you have a interest in, and then go full-bore and try to get as good as you possibly can at it".
O objetivo da faculdade é dar ferramentas para construirmos o nosso fruto por isso, quando forem escolher o curso tenham em mente as ferramentas que vos vão ser dadas e se o que podem fazer com elas vos agrada. Escolham um curto que o conteúdo vos interesse, não têm de saber tudo sobre o assunto que o curso trata, é para isso que o vão fazer é para aprender sobre um certo tema!

A minha experiência.
Como disse no início, há um ano atrás tinha imensos cursos em mente era engenharia disto, engenharia daquilo mas todos esses cursos eram de engenharia. Sabia que era engenharia que queria porque a engenharia pega em conceitos teóricos e tenda dar-lhes uma aplicação prática e útil.
Escolhi Engenharia de Materiais por ser uma área específica mas ao mesmo tempo muito abrangente e que tratava um problema que me interessava "qual o melhor material para fazer isto?" também porque as propriedades e o estudo das propriedades de materiais pareceu-me muito interessante e útil.

Desde que fui para a faculdade passo imenso tempo sozinha: acordo sozinha, tomo o pequeno almoço sozinha, vou para a faculdade sozinha, venho da faculdade sonha, janto sozinha...acho que deu para perceber que passo imenso tempo sozinha!Claro que ser filha única já foi um treino para não sentir em baixo quando estou sozinha mas não foi o suficiente, estava habituada a ter amigos comigo à distância de um telefonema, essa distância é agora 50km!

Ás vezes pergunto-me como fazem as outras pessoas que se mudaram de casa para estudar ou trabalhar com a minha idade e acho que cada um acaba por desenvolver as suas próprias estratégias para podermos apreciar o tempo que passamos a sozinhos. A minha é muito simples! Quando estou a andar aprecio tudo o que está à minha volta - as árvores, as pessoas, a arquitetura - e, mesmo fazendo o mesmo caminho praticamente todos os dias consigo reparar numa coisa nova! Quando estou a fazer uma refeição gosto de parar e apreciar a comida que preparei de mim para mim com todo o amor (e às vezes um pouco de pressa) e planear o meu dia ou percorrer mentalmente as tarefas que tenho de fazer nesse dia.

São estas as simples conversas que tenho comigo, não vale a pena estar com conversas profundas sobre qual é o sentido da vida e coisas assim, não. Para mim o tempo que tenho comigo mesma serve para acalmar e, mesmo no meio de um dia agitado, poder parar e olhar em volta.

Se és um adolescente de 18 anos que sabe exatamente o que quer da vida tenho de te dar os meus sinceros parabéns! Se és como eu, aguenta que não estás só!

Com o ano novo e a retomada dos estudos apercebi-me ainda mais que estou perdida e não sei o que quero fazer com a minha vida.
É minha norma questionar-me sobre qualquer decisão que faça: será que estou no curso certo? será que fiz bem em ir para a faculdade? será que vou ser uma boa profissional? será que fiz bem em ir viver para Lisboa? Estas são algumas das perguntas que faço a mim mesma todos os dias e, até agora, não tenho uma resposta concreta para nenhuma delas.

Há uma frase da Anatomia de Grey que me marcou imenso: "Imagine my disappointment when I wake up after all these years and discover you're not more than ordinary". Acho que este é o meu maior medo é tornar-me vulgar e substituível, talvez seja por isso que penso demasiado no rumo que quero dar ao meu futuro e arrisco pouco.


Sei que não vou ser o próximo Nelson Mandela mas quero deixar a minha marca na sociedade, quero marcar as pessoas que considero amigos e com quem partilho experiências para que quando se lembrem de mim o façam com um enorme sorriso, quero contribuir para a sociedade da maneira que acho mais útil - trabalho - quero deixar um futuro e lições para os meus filhos para que também eles sejam as melhores pessoas que conseguem ser! Quero, no fim do dia, olhar para mim e saber que hoje fui a melhor pessoa que conseguia e ter orgulho de quem sou (perfeita ou não)!

Sei que é normal sentir-me perdida (ou pelo menos tento convencer-me disso) mas acredito que todas as decisões que tomei e as que vão tomar me vão acabar por levar a um sítio que será certo para mim que será adequado ao estilo de vida que quero levar.

O dia de hoje foi exatamente para descontrair e recuperar energias. Não só é Domingo (dia mundial da preguiça) mas também é dia 1 de janeiro (dia mundial para recuperar da noite animada que foi a passagem de ano) e decidi aproveitar para fazer coisas que ultimamente não tenho tido tempo para fazer: vi um filme, li um livro, bebi o meu chá e descontrai.

Sempre que durante o ano tiro um dia para descontrair completamente sinto-me mal comigo mesma por não estar a ser produtiva mas hoje foi diferente. Descontrair é importante para uma vida equilibrada é importante e hoje foi o dia de recarregar as energias para tornar 2017 um ano cheio de aventuras!